2426u
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 11 de junho, o prefeito de Mariana, Juliano Duarte, fez um pronunciamento significativo sobre o futuro do município, destacando a importância da parceria com o Governo Federal e o esforço contínuo para que a cidade receba os recursos e apoio necessários para se recuperar dos danos da tragédia do Rio Doce.
O prefeito iniciou sua fala saudando os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além de agradecer ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo comprometimento com a inclusão de Mariana em programas do Governo Federal, mesmo diante das dificuldades financeiras e jurídicas enfrentadas pela cidade.
"Cumprimento todos os representantes do Ministério da Saúde, do Ministro Padilha e de todos os envolvidos. Mariana, mesmo não tendo assinado a repactuação, está participando de todos os programas do Governo Federal, o que demonstra a autonomia de cada município e o respeito pela independência de decisões locais. Agradecemos ao presidente Lula pela sensibilidade de incluir os municípios da bacia do Rio Doce, incluindo Mariana, neste processo de recuperação e justiça", afirmou Duarte.
Em sua fala, o prefeito destacou um dos pontos mais significativos para a cidade: o investimento de 138 milhões de reais que Mariana receberá nos próximos dois anos para a área da saúde. Esse montante visa melhorar a qualidade de vida da população local e será aplicado conforme um plano de trabalho elaborado pela gestão municipal, com total autonomia. "Mariana será contemplada com um investimento fundamental para a saúde. É um recurso que permitirá a melhoria da infraestrutura e dos serviços de saúde para nossa população", destacou o prefeito.
No entanto, Juliano Duarte também fez questão de reiterar que o município segue em busca de justiça. Mariana foi uma das cidades mais impactadas pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, que resultou na morte de 19 pessoas e causou destruição em dois distritos. A lama resultante do desastre afetou uma vasta área, chegando até o Espírito Santo, e causou danos ambientais e econômicos de proporções imensuráveis.
"Mariana, assim como outros 22 municípios da bacia do Rio Doce, segue na luta por justiça. A cidade não assinou o acordo com a empresa responsável pela tragédia, pois considera o valor oferecido insuficiente frente aos danos comprovados. O tempo de pagamento, estabelecido em 20 anos, também não é aceitável para os prefeitos da região, que entendem que os municípios têm o direito de receber imediatamente os recursos necessários para a recuperação", explicou o prefeito.
Ainda durante a coletiva, o ministro Márcio Macêdo ressaltou que a visita do Presidente da República será um marco importante para o município e a região. "O presidente vai fazer aqui alguns anúncios amanhã, os primeiros anúncios das ações do Governo Federal, deste ciclo que se inicia. Vai começar amanhã, mas temos um longo período pela frente de ações de políticas públicas e intervenções no território da Bacia do Rio Doce. Antes, preciso lembrar que essa tragédia completou 10 anos. Quando chegamos no dia 1º de janeiro de 2023, o Presidente da República disse que não ia aquele acordo, porque não era um acordo bom nem para o povo, nem para os estados, nem para os municípios, nem para a União, e determinou que nos debruçássemos sobre outra proposta de acordo. Fizemos o acordo, que, se não é o dos sonhos, é o possível, diante das circunstâncias históricas que amos."
Duarte finalizou sua fala agradecendo ao apoio contínuo do Governo Federal, destacando que a vinda do Presidente Lula a Mariana é um marco importante para a cidade. "A presença do presidente na nossa cidade e o lançamento desse programa são momentos significativos para todos nós. Mariana será sempre bem recebida, e a população, assim como o governo local, reconhece a importância desse apoio."
A visita de amanhã (12) do presidente da República a Mariana é aguardada com grande expectativa pela população e pelos gestores locais, que veem nela uma oportunidade de avançar na reparação dos danos causados pela maior tragédia ambiental da história do Brasil e do mundo.
